Guilherme

Guilherme é um nome próprio que me é familiar, não por ter conhecido muitos ao longo da minha vida, mas porque afinal de contas era o nome do meu pai. Quanto aos que conheci, foram só mais 2, um agora na casa dos 30 e o outro se não atingiu, está a atingir a maioridade. Mas agora.... agora é ir às compras e tropeçar neles!

Ora então vamos descobrir umas coisas sobre Guilherme e, quem sabe, perceber o actual fascínio por este nome, dadas as características que partilha com outros também na moda:

1. Origem germânica. Surge da união dos elementos wil (vontade, desejo) e helm (protecção, capacete/elmo), cujo significado é protector decidido ou protector corajoso. No entanto, há quem atribua outro significado, aquele que se encontra sob a protecção de Vili, analogia ao deus nórdico Viliseria, irmão de Odin. Formas Arcaicas: Wilhelm e Willahelm.
2. Medieval, tendo sido bastante popular na Idade Média entre os normandos. Na Inglaterra surgiu nas formas Guilielm e Guillaume. Atribuindo-se a popularidade ao primeiro rei normando da Inglaterra Guilherme I - "William, the Conqueror". Ainda na Idade Média, mas em Portugal, os primeiros registos encontrados foram com a forma arcaica Villelmus, em obras do século XIII.
3. Presente na realeza europeia, especialmente em países nórdicos como Inglaterra, Escócia, Países Baixos, e na antiga Prússia como na Sicília.
4. Existente em várias línguas, claro que com as suas variações próprias. Não estava à espera de ver tantas variações dentro do Reino Unido, entre a Inglaterra (Liam, Will, Bill, etc), País de Gales (Gwilym, Gwil, etc), Irlanda (Uilliam e Ulick) e Escócia (Uilleam). Dentro das grafias, acho que a nossa - Guilherme – é com a bretã - Gwilherm - que partilha mais semelhanças.

Quanto às formas femininas, na nossa língua há quem diga que Guilhermina é a variante feminina de Guilherme, mas há quem defenda que não. Indo ao Behind the Name, parece que tudo indica que sim, mas o que me fascinou foi o facto de descobrir que Elma/Helma, Vilma/Wilma, Minnie e Mina (um nome que acho agradável) são as formas femininas de outras línguas. Sendo que Elma sabemos que também existe por cá (temos uma das irmãs do Cristiano Ronaldo para provar), bem como Vilma e Mina.

Portugal:

Brasil:

Embora haja um desfasamento de 20 anos pela frente entre as duas tabelas, conseguimos apurar que em Portugal foi mais ao menos estável até aos anos 70, altura em que começou a haver menos Guilhermes a serem registados, mas no Brasil aconteceu completamente o oposto, foi nessa altura que começou a ganhar terreno. 

Uma coisa é certa, de 2000 para a frente, acho que para além da língua partilhamos o fascínio por Guilherme. Vejamos então: em Portugal no ano passado obteve 1187 registos encontrando-se na 9ª posição do ranking, e no estado de São Paulo, no Brasil, 5225 registos. No ranking do Baby Center Brasil encontra-se na 14ª posição.

Margarida Madeira.

Vocês partilham deste fascínio por Guilherme?


Fontes consultadas:
IBGE, SPIE, Behind the Name, ARPEN/SP, Baby Center Brasil, Público.