quarta-feira, 20 de julho de 2016

Agostinho


Agostinho, um nome do passado. Um nome masculino longo que surgiu como diminutivo. Pode parecer um contrassenso à primeira vista, mas um diminutivo nem sempre cumpre o objetivo de diminuir o tamanho de um nome. Às vezes o propósito é somente o de o tornar o mais meigo possível, mais ternurento, e na nossa língua o –inho parece ser uma opção muito intuitiva. Mas se diminutivos carinhosos como Joãozinho, Luizinho ou Zezinho nunca vingaram e se tornaram como nomes próprios em toda a sua plenitude, outros nomes, como Agostinho, Marinho e Martinho efetivamente tornaram-se nomes próprios aceites em Portugal!

No panorama português, e de entre estes três nomes, Agostinho é sem dúvida aquele nome que tem ou teve maior impacto. De acordo com os dados da SPIE, o nome manteve-se acima dos 100 registos anuais de 1920 a 1980, chegando a atingir os 400’s registos nas décadas de 50 e 60! Recentemente, o uso é muito menos, ficando restrito a 10 compostos em 2013, 5 registos singulares e 19 compostos em 2014, e 4 registos em 2015. De entre os compostos mais usados estão João Agostinho e Rafael Agostinho, destacando-se também Diogo Agostinho, Pedro Agostinho e Tiago Agostinho.

O cenário no Brasil é idêntico: foi mais utilizado nas décadas de 50 e 60, mas ainda assim, para a realidade brasileira, nunca foi um nome muito utilizado, ao contrário do que se verifica em Portugal, onde 400 registos por ano são os suficientes para se considerar um nome popular. Recentemente, em São Paulo, em 2015, foram registados 26 compostos, sendo os mais utilizados: Arthur Agostinho (3), Gabriel Agostinho (3) e Felipe Agostinho.

Este é um nome que é um diminutivo português de Augusto, um nome em que deriva do latim augere (aumentar) e que significa grande ou venerável. No estrangeiro, Agostinho poderá corresponder ao nome Augustine, tal como era o nome original do Santo Agostinho, um grande teólogo do século V considerado um Doutor da Igreja!

Hoje em dia não é um nome muito utilizado e pode soar um tanto antigo demais. O facto de ser um diminutivo evidente pode também ser um entrave à sua utilização contemporânea. Ainda assim, é um nome bem português, com tradição em Portugal, o que pode elevar o seu encanto para várias famílias!

Que pensam sobre Agostinho?


Fontes Consultadas:
ARPEN/SP, Behind the Name, IBGE, IRN, SPIE

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